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ORQUESTA


  

A orquestras completas dá-se o nome de orquestras sinfônicas ou orquestras filarmônicas; embora estes prefixos não especifiquem nenhuma diferença no que toca à constituição instrumental ou ao papel da mesma, podem revelar-se úteis para distinguir orquestras de uma mesma localidade. Na verdade, esses prefixos denotam a maneira que é sustentada a orquestra. Não há nenhuma diferença, nos dias de hoje, entre sinfônica e filarmônica. Antigamente a orquestra sinfônica levava este nome por ser mantida por uma instituição pública, e a orquestra filarmônica levava este nome por ser sustentada ou apoiada por uma instituição privada, mas hoje este conceito tem mudado e não há diferença. Uma orquestra terá, tipicamente, mais de oitenta músicos, em alguns casos mais de cem, embora em actuação esse número seja ajustado em função da obra reproduzida. Em alguns casos, uma orquestra pode incluir músicos freelancers para tocar instrumentos específicos que não compõem o conjunto oficial: por exemplo, nem todas as orquestras têm um harpista ou um saxofonista.
Uma orquestra sinfónica dispõe cinco classes de instrumentos:
  • as cordas (violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, harpas)
  • as madeiras (flautas, flautins, oboés, corne-inglês, clarinetes, clarinete baixo, fagotes, contrafagotes)
  • os metais (trompetes, trombones, trompas, tubas)
  • os instrumentos de percussão (tímpanos, triângulo, caixas, bombo, pratos, carrilhão sinfónico, etc.)
  • os instrumentos de teclas (piano, cravo, órgão)

A história da orquestra está ligada à história da música instrumental. Sempre existiu a prática de música em instrumentos musicais, mas em geral esta prática foi sempre minoritária em relação à música vocal. Na maioria das vezes, inclusive, os instrumentos musicais eram usados como apoio ou acompanhamento às vozes.
Foi no século XVI, durante o Renascimento, que a música instrumental começou a ser praticada de forma autônoma. Ou seja, foi com a música renascentista que os instrumentos musicais ganharam o status de merecerem ser ouvidos independentemente da música vocal. Inicialmente isto ocorreu com transcrições de música vocal ou danças estilizadas, e os primeiros instrumentos solistas foram o órgão e o alaúde.
A ideia de formar grupos instrumentais também já é muito antiga, mas durante o período medieval estes grupos não tinham uma estrutura definida. É comum que as partituras desta época sejam indicadas apenas para vozes, mas as partes vocais podiam ser reforçadas ou mesmo substituídas por instrumentos musicais. É provável que o Hoquetus David, obra musical do século XIV seja a primeira composição instrumental. Não há indicação de instrumentos, mas os estudiosos têm esta suspeita porque também não foi encontrado texto para o caso de ser música vocal.
Além do apoio à música vocal, os grupos instrumentais também foram, desde muito antigamente, usados em cerimônias públicas e em locais abertos. As festas romanas no Coliseu já usavam grupos de cornetas e outros instrumentos de grande volume. Acredita-se que por causa desta ligação com festas pagãs e com espetáculos que envolviam o martírio de cristãos é que a tradição cristã proibiu desde cedo o uso de instrumentos musicais na música litúrgica. As cortes feudais também usaram com freqüência os instrumentos mais estridentes para cerimônias de coroação e festas em lugares abertos. Era comum chamar estes grupos instrumentais de música de estábulo.
Mas o surgimento da orquestra está ligado a uma autonomia e uma padronização dos grupos instrumentais, seguindo sempre uma tendência de desenvolvimento da cultura urbana e burguesa. Neste sentido, os primeiros grupos a serem classificados como orquestras são aqueles determinados pelo veneziano Giovani Gabrielli (1557-1612) para o acompanhamento de suas ’’Sinfonias Sacras’’ compostas por volta de 1600. Quase simultaneamente, em Florença, Claudio Monteverdi (1567-1643) também define uma orquestra para o acompanhamento de sua ópera L'Orfeo, composta em 1607. Estas orquestras primitivas, surgidas no início do período barroco, foram os primeiros grupos instrumentais com instrumentos definidos, correspondendo às primeiras tentativas feitas por compositores em obter um grupo instrumental de timbre definido. Ou seja, a partir deste período, os compositores passaram a não mais deixar a definição do timbre dos grupos instrumentais a cargo dos executantes, institucionalizando uma certa formação instrumental. Neste momento, ainda não havia uma fixação da formação orquestral, o que só iria acontecer no fim do primeiro quartel do século XVIII.

Entre estes grupos de instrumentos e em cada um deles existe uma hierarquia implicitamente aceita. Cada secção (ou grupo de instrumentos) provê um solista (ou principal) que será o protagonista dos solos e da liderança do grupo. Os violinos são divididos em dois grupos: primeiros violinos e segundos violinos — o que pressupõe dois principais. O principal dos primeiros violinos é designado como chefe não só de toda a secção de cordas mas de toda a orquestra, subordinado unicamente ao maestro, esse violinista é denominado spalla ou maestrino. Nos metais, o primeiro trompetista é o líder, enquanto que nas madeiras esse papel cabe ao primeiro flautista.
Actualmente, as orquestras são conduzidas por um maestro, embora não fosse assim com as orquestras originais, sendo a condução responsabilidade do líder de orquestra. Também noutros casos não existe maestro: em orquestras pequenas, ou em reproduções realistas de música barroca.



BANDA MARCIAL

Ficheiro:Banda Marcial da Escola Santa Catarina at the Praça Dante Alighieri, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil - 20060907.jpg

Uma banda marcial (em inglês: marching band) é um grupo de músicos instrumentais que geralmente apresentam-se ao ar livre e incorporam movimentos corporais - geralmente algum tipo de marcha - à sua apresentação musical. Esses grupos geralmente utilizam duas classes de instrumentos musicais: os metais e a percussão. Sua música geralmente tem um ritmo forte, adequado à marcha.
Além dos desfiles tradicionais, muitas bandas também apresentam field shows (do inglês, "apresentação em campo") em eventos especiais (como jogos de futebol americano) ou em competições de bandas marciais. As bandas marciais são geralmente categorizadas de acordo com a função e o estilo de field show que apresentam. Crescentemente as bandas marciais têm se apresentado em ambientes cobertos, com novos tipos de música e performances, aplicando-se então a não apenas bandas de marcha mas bandas de show.
Atualmente o número de bandas marciais é crescente e as apresentações desses tipos de banda ocorrem cada vez mais sendo muito comuns os festivais e encontros de banda e apresentações em estádios esportivos principalmente nos Estados Unidos e no Reino Unido.
No Brasil, existem várias bandas divididas em várias categorias, algumas delas são: Banda Show, que um tipo de marcial que trabalha com um tema e movimentações em suas apresentações; Marcial Tradicional, que são as bandas que fazem suas aprestações sem movimentação.

Tipos de apresentações

  • Marcha - desfiles, paradas militares, festas municipais, competições e festivais de banda.
  • Espaços abertos - em estádios e eventos públicos ao ar livre. Nos Estados Unidos é muito comum em jogos de futebol e basquete as bandas dos times ou universidades se apresentarem antes do jogo.
  • No Brasil esse movimento é comum no nordeste, em especial no mês de setembro. Praticamente em todas as cidades no dia 7 de setembro há desfile das bandas marciais de cada colégio. Nas semanas seguintes', também, é comum haver campeonatos entre as bandas de uma mesma cidade e/ou entre cidade vizinhas, esses campeonatos são um sucesso por onde passam, sendo a cada ano um recorde de público.
  • Muitas vezes há bandas que tocam na abertura de jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol, por exemplo, mas este movimento ainda é pequeno, na maior parte das vezes é a banda da Policia Militar que faz a execução do Hino Nacional.
  • Espaços fechados - inaugurações, festas, aberturas de show e solenidades.

Instrumentos

Os instrumentos geralmente divididos entre a musical e a percussão.
  • Musical: trompete, trombone, bombardino, tuba, trompa, sousafone.
  • Instrumentos adicionais - música sopro facultativos: flautim instrumento de embocadura livre, flugelhorn, saxhorn e melofone
  • Percussão: bumbo, caixa, tarol, prato e surdo ou bombo leguero
  • Instrumentos adicionais - musical: lira, Xilofone, Metalofone, entre outros.
  • Instrumentos adicionais - percussão: quadritom, quintotom, bateria, meia-lua, entre outros.

MAESTRO

O Maestro como conhecemos hoje, surgiu no Romantismo musical, quando a massa orquestral ou coral tomou grandes proporções.
Antes disto, no barroco e no período clássico, a figura do maestro não era materializada. Os grupos eram pequenos (orquestras de câmara) e todos os músicos podiam se entreolhar para analisar dinâmicas e entradas. Porém, já no classicismo, com o início do crescimento da massa orquestral ou coral, quem coordenava era o músico mais visível: o primeiro violinista ou algum instrumentista de sopro. Em composições com acompanhamento por instrumento de teclado, o cravo na época e depois o piano, quem tocava este instrumento conduzia a orquestra. Tem-se notícia de Bach e Mozart regendo sentados ao instrumento.
Uma evolução deste estado inicial foi a marcação do tempo (métrica musical) através de batidas de um bastão no chão. Porém o ruído produzido pela batida, afetava diretamente a música, pois todos precisavam ouvir a marcação (batidas) e assim todo o público também ouvia, desta forma, alguns músicos optaram por marcar o tempo com as mãos e braços e ainda outros, enrolavam as partituras e marcavam o tempo de maneira visual.
Carl Maria von Weber foi quem introduziu uma vareta ou pequeno bastão para substituir o rolo de partitura. A esta vareta deu-se o nome de batuta.